terça-feira, 7 de julho de 2009

Luz ou escuridão?


Envolto na luz negra,
Pairam 17 mil orifícios,
Nem sempre o que alegra,
Nos tras algum benefício.

Vagueando pela estrada
Tenebrosa do Umbral,
Passei por muitas namoradas,
Já passei pelo bem, pelo mal.

Caminhos repletos de ódio,
Vidas repletas de rancor,
Homens mergulhados no ópio,
Mulheres abandonadas e sem amor.

Sinto o sangue pulsar nas veias,
É calor que passa cortante,
Que mata, arranca e encendeia
E dilacera esse peito errante.

Temos talento para ser,
Tudo aquilo que desejamos,
Mas acabamos por esquecer,
Se não corremos, não conquistamos.

Não é a vida que foi ruim,
Não fomos suficientemente bons,
Uns comem farinha com aipim,
Outros Caviar, bebem "Bourbon".

Nós somos o nosso pior inimigo,
Destruimos tudo o que criamos,
As vezes ferimos nossos amigos,
A vezes matamos quem amamos.

Malditos versos que não se calam,
Saem do âmago do meu viver
E muitos que lêem não se abalam,
E continuam dentro de si a enlouquecer.

Versos sem motivo e sem sentido,
Que transpassam a lei da vida.
Qual o motivo de se estar vivo?
Por vivemos com tantas feridas?

Não sou senhor da verdade
Oculta nesse universo paralelo
Nem a mentira e iniquidade,
Que transparece com o sol amarelo.

Quanto mais vivo consigo perceber,
As perguntas nunca se calarão,
Nem mesmo quando eu envelhecer,
Nem quando eu estiver no caixão.

Perguntas sem respostas exatas,
Lutas sem nenhuma razão,
Somos todos homens primatas,
Vivendo entre a luz e a escuridão.



Márcio C. Pacheco

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