sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A Deusa

A lua encoberta por nuvens,
Transparece a minha escuridão,
Mergulhado no vinho dionísico,
Mergulhado na minha solidão.

A noite me açoita sorrateira,
Sou o rei lagarto das noites errantes,
Sou o amor entregue, destroçado,
Nos braços das ninfas e bacantes.

Onde estará a Deusa divina?
Deusa de todos os amores,
Mulher da carne quente,
Sereia de todos os ardores.

Transpasso seu amado ventre,
Entro em seu corpo, em sua alma.
Penetro no seu sangue
Buscando encontrar minha calma.

Noite de anjos e demônios,
Das orgias e das tentações.
Tenho um amor concebido
Entre Harpias e leões.

Sou a carne que sangra
Em um sussurro de dor,
Penetrada pelo punhal,
Que vem do umbral com furor.

Nessa vida te liberto,
Mas quero que me escute:
Vou te amar por toda vida.
Vou te amar por mais que eu lute.


Márcio C. Pacheco

2 comentários:

  1. Percebo neste algo que chamarei aqui de maturidade poética, sobretudo nas rimas...
    Valeu pelo post, um abraço parceiro!

    ResponderExcluir
  2. Márcio cede aos encantos de Afrodite e aprende a amar e, como gratidão, ela lhe ensina a versar.

    Shay

    ResponderExcluir